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sábado, 28 de outubro de 2006

Lula não avança um palmo no setor educacional

Lula não avança um palmo no setor educacional

PT, de fato, torna nosso país mais burro

Daqui a poucas horas o Brasil vai reeleger o presidente Lula. Durante toda a campanha, apesar de minha não adesão a qualquer candidatura, centrei críticas mais ferozes em Lula e sua turma. Na Internet, falei da corrupção ? o que todos sabem. Aquela coisa lá do Lula ter formado a quadrilha que formou. No jornal O Estado de São Paulo, procurei exercer minha tarefa de filósofo de uma forma mais específica, quase técnica. Então, localizei como tema de minhas intervenções a educação.

Considero que o Governo Lula, para a educação, foi o governo que mais mentiu em todo o nosso trajeto da nova democracia, inaugurada em 1985. Alguns colegas honestos, duvidaram de mim. Na quinta feira passada, dia 26, o relatório da UNESCO relativo à educação mundial, divulgado oficialmente em Nova York e publicado parcialmente na imprensa brasileira, veio confirmar o que eu falei e, mais ainda, o que eu temia: o Brasil é um desastre educacional. Tal desastre não é fruto somente "das elites", agora, mas também dos que disseram que iriam governar para os pobres. Lula, eleito para tal, investiu mal.

Os resultados educacionais do Brasil em termos qualitativos não melhoraram. Nem um pouco. Nem aquilo que se esperava possível em quatro anos. Os governos FHC e Lula, no relatório, aparecem elogiados, mas apenas pelo mesmo tipo de iniciativa, que a meu ver é mero populismo: a bolsa escola de FHC e a bolsa família de Lula. O elogio, no então, é anulado pelas considerações gerais, bastante negativas para o país. O Brasil, entre 127 países, ocupa o septuagésimo segundo lugar no ranking de desenvolvimento que avalia o grau de cumprimento das metas traçadas na Conferência Mundial de Educação, no Senegal, em 2000. Ficamos atrás do Paraguai e uma posição somente à frente da Síria.

Qual nossa principal desgraça?

O que mais prejudica o desempenho de nosso país no índice, como é possível aferir em uma primeira leitura do relatório, são as taxas de repetência e evasão no ensino fundamental. Isso reflete negativamente no cálculo da taxa de estudantes que iniciaram o ensino fundamental e conseguem chegar ao menos até o quinto ano. Além disso, nosso país é sempre um dos últimos colocados nos exames do Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Alunos), prova da "Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico" que compara o desempenho de estudantes entre países. É claro que, aqui, na avaliação numérica, podemos apenas ter uma visão geral. Mas essa visão geral, que nos coloca em uma posição igualzinha a do relatório anterior, sem progresso algum, mostra não só o fracasso do Governo Lula na educação, mas o fato de que estamos patinando em nossa trajetória democrática. Estamos há mais de vinte anos vivendo em regime democrático e não conseguimos mostrar

para nós mesmos que, sob nosso próprio comando, faríamos melhor que quando tínhamos delegado o comando aos militares. Pioramos com eles, certamente. Mas agora já era hora de não mais culparmos o passado por erros do presente.

.

Lula, de fato, fracassou. Quis mexer na educação como sindicalista, não como estadista. Ou seja: quis aumentar o número de funcionários públicos de universidades e ampliar unidades, não quis enveredar pelo trabalho de ver a melhoria de qualidade de cada sala de aula. Aliás, o PROUNI é mais uma peça para colocar alunos em faculdades particulares que estavam deficitárias do que para promover o aluno. É uma forma tramada entre o Governo e os donos de escolas para salvar essas escolas ? só isso. No cômputo geral, daqui uns anos, vamos provar que o PROUNI não melhorou em nada a educação brasileira do ponto de vista da qualidade.

De fato, esse Governo do PT não poderia mesmo funcionar na educação. A equipe que Lula trouxe para o MEC é a pior em toda a nossa democracia. Trabalhei com várias equipes do MEC, em vários governos, nunca vi tamanha ignorância em um staff. Nem no período Collor se chegou a tal imbecilidade. Lula comprou o apoio de determinados intelectuais e, nos cargos chave, manteve os mais inaptos. Veja a barbárie: esses dias um assessor do MEC solicitou um texto meu para uma coletânea, e eu fiz o trabalho, mas não puderam aproveitar o texto pois não conseguiram abrir o arquivo em PDF! Quando eu abri para eles e os chamei de incompetentes, ficaram bravos e, então, dispensaram meu trabalho. Aliás, nem poderiam mesmo entender o trabalho. Mas não deixei por menos, disse a eles que quem não abre um arquivo PDF e está no MEC, dirigindo a educação brasileira, deveria se matar. Guardei a comunicação entre eu e o MEC só para exibir os erros de português do funcionário ? de alto escalão ? nos

e-mails.

Quem são os funcionários do MEC que não são de carreira, isto é, os que foram colocados pelo Lula e pelo PT? São os que estão adiante de projetos, e tais projetos não podem avançar, pois esses funcionários são incompetentes. O próprio ministro da Educação, quem é? É um João-ninguém. Nunca vi nada de útil escrito por aquele inválido. O que o MEC tem, como todo o Governo Lula tem, é propaganda. Nisso, Lula supera os governos militares, que eram os reis da propaganda, e supera de longe FHC, que também não poupou as agências de marketing de trabalho duro. A diferença, no entanto, é que a propaganda do Lula é apenas propaganda. Está aí o relatório da UNESCO, que desmonta a farsa.

Daqui a pouco você estará indo votar na mera propaganda, mesmo contra todas as evidências de que Lula fracassou. Você terá um bocado de justificativas para agir assim. Desculpa para si mesmo diante do espelho ? sei bem como cada um consegue isso. Mas no fundo você saberá que, desta vez, votou em alguém que roubou o seu dinheiro como nunca e criou um lema inédito: "rouba e não faz, mente". Você, não eu, vai contribuir para que o Brasil seja o que já é, um país mais burro.

Paulo Ghiraldelli Jr. "O filósofo da cidade de São Paulo".

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O Filósofo da Cidade

de São Paulo

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quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Manifesto de educadores e dos gestores!

Manifesto dos Educadores -???- Mineiros pela reeleição de Lula???

Li com uma mistura de risos e indignação o documento com o título acima. Grita aos nossos ouvidos e salta aos nossos olhos a audácia daqueles que se auto-intitulam educadores e pretendem sob esta capa, convencer as pessoas a votarem em Lula. Percebi logo de cara a hegemonia de nomes e cargos ligados ao Sind-UTE estadual e da SMED. Pensei inicialmente em contar, mas eram dezenas e dezenas e não tive estômago para continuar quando vi o jurássico Hilário, sindicalista redivivo - muitíssimo vivo!!! - na listagem. O cara de pau ainda se acha um educador! Nada contra cada um se proclamar como quiser, mas é o mesmo que Dirceu Lopes, Dario e Jairzinho se afirmarem jogadores de futebol, mesmo sem pisar num gramado para uma partida oficial há décadas.

Existem profissões e atividades em que não existe a figura do EX. Nunca se ouviu falar em ex-papa. Existem algumas outras atividades em que se perpetua a identificação com a antiga profissão pelo inusitado da trajetória: presidente e torneiro mecânico, por exemplo. A falta de um dedo de Lula testemunha que um dia ele foi metalúrgico. Se ele saberia ligar um torno hoje em dia é outra história...

Mas será que encontraremos vestígios de docentes, educadores, professores, mestres em quem não saberia nem fazer uma chamada mais? Em gente que não pega em um giz há dez, doze anos? E pior, em gente que sabe pouquíssimo sobre o público do interior das salas de aula, pela intensa e rápida transformação das gerações de estudantes? Em mestres de ensinar a ensinar, em quem tem as receitas do bem lecionar e que não lecionam desde os anos 1900 e tal? Não, não estou tratando aqui de dar palestras, de ministrar cursos nas gerências, gabinetes e seminários oficiais. Estou falando de docência! E de decência!

Se rasparmos as camadas e camadas de burocracia estatal que tingem a pele dos ditos educadores da lista, encontraremos o quê? Um educador fossilizado? Creio que mais fácil seria identificar a mestra romana encontrada petrificada nas escavações de Pompéia como educadora. Pelo menos ela morreu lecionando, coisa que a maioria dos ex companheiros e companheiras do manifesto não sabem mais o que é....

Será que na listagem abaixo, encontraríamos alguém que lecionou neste século XXI?

Verifiquem: Zamara, Gered CS; Saulo, Corregedor; Afonso, SMED; Antônio Davi, SMPS; Newtom de Souza ? o Newtinho; Hilário, sem comentários; Pilar, idem; Rogério Correia, idem; Carlão, idem... Ora, tenham a santa paciência!!!!

Observem que não estou falando que os listados não trabalham ou coisa semelhante. Estou afirmando com todas as letras que podem ser gestoras, legisladoras, gerentes, assessoras, ou qualquer coisa que o valha. Educadoras e educadores não! Se há alguma dúvida procure no dicionários de sua preferência o significado do termo educador.

Na lista ainda estão os diretores de escola, eleitos entre seus pares e a maioria saído das salas de aulas há dois ou no máximo quatro anos. Vieram das salas de aula e voltarão para as mesmas um dia. Estão em contato direto e cotidiano com a escola e sua realidade. Não são cargos de confiança da PBH. São cargos de confiança da população. Creio até que a maioria pensa e age assim.Talvez um ou outro ainda não tenha clara esta definição, mas é assim que deveria ser. Foram eleitos pela comunidade para servir a comunidade e não a SMED ou as GEREDs. Abro aqui uma exceção para defender este segmento dos trabalhadores em educação. Lamento somente que não tenham atinado para o uso ideológico de seus nomes e cargos e do método da confusão para fins de convencimento.

Explico: colocando seus nomes " legitimamente " como educadores, na mesma listagem que os cargos de confiança do prefeito e dos eternos sindicalistas, servem inconscientemente - creio eu - à causa do patrão contra o trabalhador; da casa grande, em detrimento da senzala; do aparelhamento do estado, em detrimento da organização da sociedade. Afirmam veladamente Lula como opção de todos os educadores e como o melhor para a educação.

Alguns não verão e não vêem nenhum problema. É só uma lista, dirão eles. Para quê tanta polêmica, perguntarão.

Sinto ser o estraga prazeres, o desmancha festa, o pessimista de plantão. Observem o tratamento dispensado aos docentes pelos partidários de Lula. Observem a conduta neo-stalinista da corregedoria, das GEREDs, da SMED e dos que abraçaram como sua, e de mais ninguém, a prefeitura de Belo Horizonte. Observem os que balançam as bandeiras de plástico de Lula nas portas das repartições públicas. Vejam o constrangimento em seus olhos. Antes defendiam a mudança, o novo, um país diferente e justo. Hoje defendem suas nomeações, seus cargos e só.

Verifiquem também as propostas de reformas previdenciária e trabalhista anunciadas e defendidas pelo governo Lula. Vejam o modo petista/Pimenteista de governar. Será que retirar direitos de aposentados; rebaixar salários de docentes via super exploração de seu trabalho; impossibilitar o necessário planejamento nas escolas; buscar pulverizar os críticos com ações na corregedoria; negar por anos a fios o passe livre para os estudantes das escolas públicas; tratar professoras e professores com truculência e os cassetetes da Guarda Municipal; gastar rios de dinheiro público com publicidade e com o próprio gabinete; liberar professores somente para sindicatos e gabinetes aliados e cooptados, é fazer mais pela educação?

Ora, se é assim: Nem Lula, nem Alkmim,

NULO LÁ!

Prof. Geraldinho - terceiro turno - IMACO.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Articulação petista e sindicato

Articulação petista e o sindicato.
Apesar de não querer centrar a crítica nas pessoas mas na postura que elas tomam com relação ao poder, ao sindicato e em relação aos que estão no governo, uma forma de identificar bem claro quem é a tal Articulação é esta: o grupo ao qual pertence o Hilário. Também participavam/ participam ércio Sena, Marcelo e outros.Talvez no passado estas pessoas e seu grupo tenham articualdo algumas conquistas para nossa categoria. Não nego. Mesmo porque não tenho muito tempo de rede - estou desde 1993. O passado oposicionista nos levou a caminhar.

O problema que se apresenta agora é outro: observem bem a postura crítica deste grupo em relação ao governo Aécio - críticas coerentes e bem colocadas - e a reação deste mesmo grupo para com Pimentel/Pilar/Lula/PT.Não salta aos olhos o tratamento incoerente e a ausência de atitude também frente as ações neoliberais da PBH e de Lula?

É disto que estamos falando. Podemos e devemos atacar e malhar FHC/Aécio e Alkcmim. Mas temos a obrigação lógica e coerente de fazermos o mesmo com suas caras metades petistas, a outra face da mesma moeda! Não dá para atacar os tucanos - legitimamente, repito, e se omitir frente aos descalabros das administrações petistas em Betim , Contagem e BH.
Prof. Geraldinho.IMACO - terceiro turno.

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Eleições sindicais

Algumas pessoas têm me ligado perguntando se estarei em alguma chapa para sindicato ( atual SINDREDE). Não, não, de jeito nenhum! Já fui sindicalista (anarco-sindicalista) , trabalhei no departamento jurídico, de 1997 a 2000. Gostei muito. Poderia, mas não quis retornar. É sempre bom assistir pessoas pensando que pensam por nós, os partidos se engalfinhando no poder, bastidores, tramas e dramas. Tudo isso é bobagem se pensarmos na luta constante que se tem que travar contra um patrão e assessores que já foram sindicalistas. Creio que fiz a minha parte, na época certa. Tenho para mim que ninguém deve se perpetuar em sindicatos. Deveria haver um amplo rodízio. As pessoas perdem a noção do que é dar aulas em tempo integral e, às vezes, se acham muito poderosas. Por onde passa, o poder corrompe ( e como!) . Sem generalizações, claro.
As chapas devem estar sendo formadas, já há a Comissão, e em breve conheceremos os/as inscritos/as. Espero que sejam as pessoas certas para nos defender, porque apesar de tudo ainda acredito na representatividade do sindicato. Logicamente aquela máxima "o sindicato somos nós, nossa força e nossa voz" está congelada, mas espero que o sindicato dos professores da rede municipal que assumirá no ano que vem consiga revolucionar o processo. Alvíssaras.

Modesta Trindade Theodoro BH, 18 de Outubro de 2006

domingo, 15 de outubro de 2006

O adeus ao velho slogan petista denominado "desprivatização do Estado "

Na época da disputa contra Collor o discurso privatista estava em alta. Ainda não era de todo o que a população aprovava, mas era, sim, um discurso que estava na boca de crescente maioria. Afif Domingos, que também era candidato, em um determinado momento chegou até a crescer nas pesquisas quando enfatizou o privatismo. Após a eleição de Collor e nos anos subseqüentes o discurso privatista realmente ganhou a opinião pública mundial. No Brasil, acompanhamos tal discurso. E, de fato, privatizamos algumas coisas.

O PT, naquelas eleições contra Collor, tinha uma plataforma eleitoralmente difícil de ganhar o entendimento da população, mas era uma plataforma basicamente correta, se considerarmos os objetivos programáticos e ideológicos do partido. O PT dizia em seu programa que aquilo que queria não era a estatização, mas era a "desprivatização do Estado". Entendia o PT, então, que o Estado não estava nas mãos dos interesses públicos, que ele estava privatizado, nas mãos de grupos, e que a questão era a de ampliar o controle público sobre as empresas estatais ? isto não implicava necessariamente em estatização. O debate "privatização versus estatização" era, para o PT, algo do passado. O PT chegou mesmo a dizer que a questão da nacionalização e/ou estatização era algo de uma velha esquerda, que estaria abrigada sob as asas de Leonel Brizola, do PDT. De fato, isso era verdade.

Nos anos subseqüentes o PT foi mudando seu discurso. Aprendeu com os Chomsky da vida e outros de uma parte da esquerda internacional, cuja cultura é bem menor que a ideologia e a vontade de aparecer, que a questão da "desprivatização do Estado" não conquistava ninguém, e que o melhor era voltar ao debate "estatização versus privatização". Foi a época, então, que o discurso teórico do PT caiu do nível. Sem qualquer noção do significado do que estavam dizendo ao falar em "globalização" e "neoliberalismo", trataram de propagar como palavrões esses dois termos. Os petistas não entendiam o que estavam dizendo, mas tinham aprendido com alguns a gritar esses nomes como xingamentos e foram em frente, falando frases sem nexo. Chamaram FHC de "neoliberal", mesmo depois do plano econômico de FHC, visivelmente intervencionista na economia e na sociedade e, portanto, nem liberal nem "neoliberal". Passaram a promover aqueles "fóruns sociais" e por lá compraram livros de picaretas
nacionais e internacionais de uma esquerda carcomida, e então recitavam em coro: "FHC é neoliberal". Fernando Henrique tentou mostrar que eles estavam conceitualmente errados, mas desistiu. Percebeu que tinha de governar e deixar aquele tipo de conversa de lado, uma vez que os interlocutores ? os Chauí, Frei Beto e Boff da vida ? eram muito fracos e não sabiam o que estavam dizendo.

A confusão foi tamanha que logo o PSOL e outros grupelhos, cujo esclarecimento é bem pior do que o do Zé Dirceu, começou a chamar Lula de "neoliberal". Talvez eles estivessem querendo dizer, com isso, que Lula deveria ter reestatizado tudo que foi privatizado por FHC. Sabe-se lá o que o pessoal do PSOL estava querendo dizer! E é bom nem tentar entender. Perda de tempo.

Chegamos então à campanha de 2006. Agora, não há mais nem sombra do PT que um dia falou em "desprivatização do Estado". Simplesmente o PT, hoje, apenas acusa o PSDB de ser privatista, pois agora a onda mundial de ser a favor da privatização já passou (tanto já passou que Alckmin fica desesperado, branco de medo, quando dizem que ele vai privatizar a Petrobrás). Ao mesmo tempo, o PT acredita que seu aparelhamento da máquina pública e do Estado não é a privatização do Estado, que ele acusava no passado de ser feito pelos partidos "das elites" e dos "patrões". Ou melhor, o PT não pode mais falar em "desprivatização do Estado". Não fala não só porque perdeu quadros intelectuais que poderiam explicar do que se tratava tal slogan, mas também porque agora o PT é o herói da privatização do Estado. Ele fez de toda a máquina pública um lugar de posse do partido. Mesmo após os escândalos de 2005 e, agora, de 2006, o PT continua com seus quadros em todos os escalões e mantém o
funcionalismo estatal sob rédea curta, obrigando todos a se transformarem em militantes do PT. Assim, não pode tocar no assunto, pois em casa de ferreiro o espeto é de pau.

O PT não tem mais militantes espontâneos. Todos são pagos. Só que não são pagos, mais, com o dinheiro de deputados e senadores ou com dinheiro de corrupção. São pagos com salários. Os salários do funcionalismo público. Sim, agora é isso mesmo. Recentemente, o PT pressionou todos os reitores das universidades federais a aderirem mais abertamente à campanha de Lula. Em outros setores estatais isso já vinha ocorrendo. Além disso, o PT acena para professores ? principalmente os da lista de apoio a Lula ? com novos cargos no próximo governo. Não se trata mais da velha negociata em troca de apoio, se trata da venda individual de cargos públicos. É o arcaico do arcaico na política brasileira. Pois é a volta do coronelismo puro e simples, onde o político vende o cargo público individualmente, para cada eleitor. É a maior privatização do Estado que já assisti em 25 anos da nossa jovem democracia.

Esse é o PT de hoje. Não dá para esconder a profunda decepção com essa gente. Não dá para sentir nojo.

Paulo Ghiraldelli Jr. "O filósofo da cidade de São Paulo".
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sábado, 14 de outubro de 2006

Ei, "fessor"! Lembra-se de mim?

Jornal O Tempo
Sábado, 14 de Outubro de 2006, 00h01

JOSÉ MARIA THEODORO

A banalização assentou-se e tomou a palavra no dia do professor. O 15 de outubro passou a ser uma data como tantas outras em nosso calendário. Como é possível uma das profissões mais antigas do mundo ser tratada com tanto descaso?
Quem, um dia, não teve um professor? Há os mestres perpetuados nos livros e aqueles, anônimos, que auxiliam e auxiliaram na formação de grandes nomes da história.
Fazem parte de uma outra história que se processa. Torna-se uma luta pela identidade, tanto quanto pela valorização e respeito devidos. Professores e professoras estão vivendo num turbilhão e se defendem como podem. Como ser professor em meio a tanta concorrência (violência, degradação de valores...)?
Eles e elas buscam professar valores éticos, morais, cristãos, a instrumentalização para viver e sobreviver em uma sociedade capitalista da "idade média".
De um lado, a "inclusão digital" para quem, de outro lado, não tem nem mesmo um quadro ? de giz ? de qualidade, e outros recursos para realizar a inclusão humana. É preciso fechar as janelas, há reflexos de luz que impedem as pessoas de ver e ler o necessário.
É preciso fechar as portas, pois o barulho é ensurdecedor. Nada se ouve, incluindo a própria voz. Em se fechando janelas e portas, o mundo fica restrito, a sala isolada, os alunos mudos, querendo ouvir o mundo lá de fora: a gritaria infindável, as brincadeiras e as gargalhadas dos companheiros comprimidos nos pátios, nos corredores e em outras salas. O que fazer perante o paradoxo do fechar e do abrir?
A liberdade é necessária também quando se é educador. Como garantir o direito de estudantes que ainda gostam de ir à escola, e atrair os que desejam estar fora? Os cacos das garrafas se quebram nas mãos dos mestres, e mesmo que dentro delas haja o mapa para a resolução dos problemas, a eles cabem as ações.
Mesmo que os dedos sangrem, a mente não pára. Que método? Que didática? Que estratégias? E a vida de alguns se esvai. Em outros, as doenças aparecem não se sabe de onde, os cabelos se tornam brancos antes do tempo. Professores conseguem prosseguir na luta.
Dedos, roupas sujas de cal. Podemos nos assustar repentinamente com um intenso brilho no olhar, canetas caindo, quando nos debruçamos na janela, e educadores ali, planejando. Armários, portas e janelas abertas. ? Ei, "fessor"! Lembra-se de mim?

Professor, especialista em educação especial

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Os Presidenciáveis Não Foram à Escola?

Os Presidenciáveis Não Foram à Escola?

PAULO GHIRADELLI JR

Jornal O Estado de São Paulo

Sábado, 7 de outubro de 2006

Educação é uma coisa, pedagogia outra. Nesse segundo turno, os candidatos Presidência poderiam mostrar preparo político fazendo tal diferenciação. Em vez de falar sobre índices educacionais, seria melhor contar o que pensam que deveria ocorrer dentro da escola. O eleitor não tem tempo e condições de anotar e checar índices. Seria interessante ouvir os dois candidatos à Presidência a respeito de métodos pedagógicos, de como que deve ser a relação professor-aluno, de como que teria de ser a alfabetização. Isso é que nos daria condições de sair do blá-blá-blá da frase "no meu governo a Educação terá prioridade". Esse tipo de frase ninguém mais agüenta escutar.

Um candidato à Presidência que tem filhos e ele próprio passou pela escola ? alguma escola ? não precisa ser especialista em educação para mostrar que conhece a escola brasileira e sabe o que quer dela. Não é possível que não seja capaz de dizer, por exemplo, que tipo de cartilha gostaria de ver em nossas escolas. Não é normal que não seja capaz de dar o número máximo de horas de trabalho do professor, de modo que ele não se esgote. Não é nada útil que não consiga dizer quantas horas devem caber ao ensino do inglês na escola pública. Não é correto que não saiba quantos livros um jovem deve ler por ano no Brasil, para que possamos nos aproximar mais ou menos da prática de leitura do norte-americano ou do chileno. Esses não são detalhes bobos. São elementos que um Presidente deve saber tanto quanto ele teria de saber o preço do pão francês na padaria da esquina ? coisa que Eduardo Suplicy, quando se candidatou a Prefeito de São Paulo, não soube dizer. Pois quando um

Presidente mostra que se interessa realmente em ser uma pessoa normal, e as pessoas normais sabem esse tipo de coisa, ele já estará nos contando como irá escolher seu Ministro da Educação.

Não aceito que o Presidente da República possa ser um simples gerente na indicação de ministros. Até bem pouco tempo, não era assim. Até bem pouco tempo, quando os candidatos não eram capazes de dizer isso que cobro, ao menos faziam indicações de seus ministros antes mesmo da eleição, para que pudéssemos ter uma visão geral dos quadros competentes de seu partido. Como que chegamos a um segundo turno em que tudo isso, ganho em vinte suados anos de democracia, foi jogado fora?

É claro que não basta mais o candidato querer atender esse meu pedido dizendo que vai fazer "escolas de tempo integral". Ora, essa quase-invenção de Darcy Ribeiro para Brizola, copiada por Collor e, depois, generalizada na boca de todo tipo de candidato, não diz nada. Qualquer um é capaz de falar tal coisa e, enfim, não realizar. Ou fazer como os citados, que tentaram construí-las, mas em detrimento das redes escolares já existentes. O que seria necessário ouvir de Alckimin e Lula é o seguinte: quando estiveram na escola, guardaram algo que, agora, como Presidente do nosso país, acreditam que deve mudar para que as crianças, os professores e os funcionários da escola possam de fato impulsionar nossa educação? Esse lado humano, real, deveria estar presente nesses candidatos, pois eles já não são mais iniciantes e o nosso país não é formado por uma massa de idiotas. Os governantes sérios, no mundo todo, fazem questão de opinar sobre o "miúdo pedagógico", pois é neste caso

que se fica sabendo se há de fato apreço deles pela escola.

Alckimin e Lula deveriam admitir especificamente onde erraram e onde estão pensando consertar. José Serra nem tomou posse e admitiu que o PSDB fez uma política educacional para o Estado de São Paulo que necessita alguma correção. Não negou a Quércia o direito de criticar algo específico do campo pedagógico, como o caso da já insuportável "progressão continuada" nas escolas de São Paulo ? uma prática que o Governo Federal, nas mãos do PT, parece aprovar. Mas se isso é para ser alterado ? como é o desejo de pais e professores ? como então haverá uma compensação para que não ocorra a evasão escolar, tão perigosa para um país como o nosso, onde o crime organizado e o narcotráfico ficam esperando cada criança que sai da escola para ganhá-la para suas fileiras?

Alguns gostam de falar mal dos Estados Unidos e dizer frases do tipo "Bush é um tonto". Mas, na verdade, Bush não é um tonto quando o comparamos com o que temos. Pois Bush, quando da implantação do "No Child Left Behind", percorreu o país explicando em detalhes o novo programa educacional, tentando angariar apoio dos democratas para o que então acreditava ser um bom plano pedagógico para as crianças americanas. Há amigos meus que são ferrenhos críticos do tal programa. Mas essa não é a questão. A questão é que Bush convenceu o senador democrata Ted Kennedy a lutar pelo programa educacional e pedagógico republicano, e Bush fez isso mostrando as vantagens do programa na medida em que sabia bem sobre seu funcionamento. Educação, para os americanos, é importante sim, e eles não ficam na conversa fiada resumida na frase "a educação será prioridade em meu governo", coisa que aqui até o "candidato da Educação" ? Cristóvam Buarque ? não soube ultrapassar. Aliás, no Brasil alguém

se nomeia "candidato da educação" e pronto, não precisar dizer a que veio.

Lula e Alckimim passaram por escolas, sentaram em bancos escolares quando crianças. Será que não sabem dizer nada dessa experiência para, agora, como Presidentes, poderem utilizar? Será que foram alfabetizados apenas soletrando a palavra "mensalão" e "dossiê"? Se for assim, estamos perdidos.

Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo e escritor

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quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Pagamentos PBH ? Últimos 20 anos (1987/2006)

Pegamos como referência agosto e setembro (os dois últimos). Depois, se quiserem, podem observar os outros meses. Adianto-lhes que o único mês com maior diferença em todos os anos é o de dezembro, quando o pagamento é feito em janeiro, com certo atraso. Dizem que é por causa do 13º.

1987 a 1992 -Agosto & Setembro ? Nesses anos o pagamento foi efetuado entre os dias 29 e 31 do mesmo mês e 1º do mês seguinte. Ex: ago./88 ? Pagamento: 31/08 - set/88 ? Pagamento: 30/09 - 1989: dia 29 do mesmo mês

1993 ? Agosto: 02/09 Setembro: 04/10
1994 ? Agosto: 01/09 Setembro: 30/09
1995 ? Agosto: 30/09 Setembro: 29/09
1996 ? Agosto: 02/09 Setembro: 01/10
1997 ? Agosto: 29/08 Setembro: 30/09
1998 ? Agosto: 04/09 Setembro: 07/10
1999 ? Agosto: 09/09 Setembro: 07/10
2000 ? Agosto: 08/09 Setembro: 09/10
2001 ? Agosto: 10/09 Setembro: 09/10
2002 ? Agosto: 09/09 Setembro: 09/10
2003 ? Agosto: 09/09 Setembro: 08/10
2004 ? Agosto: 09/09 Setembro: 07/10
2005 ? Agosto: 08/09 Setembro: 07/10
2006 ? Agosto: 09/09 Setembro: 09/10
(Aproximadamente de 1993 a 1995: concepção da Escola Plural - 4 escolas participaram inicialmente - Implantação em toda Rede: 1995 - Verifique o que mudou.)

Prefeitos de BH nas duas últimas décadas:
1 - 01/01/1987 a 31/12/88 - Sérgio Mário ferrara (Principiou antes, estamos observando
apenas 2 décadas).

2 - 01/01/1989 a 01/04/90 - João Pimenta da Veiga

3 - 01/04/1990 a 31/12/92 - Eduardo Azeredo (vice)

4 - 01/01/1993 a 31/12/96 - Patrus Ananias de Souza

5 - 01/01/1997 a 31/12/2000 - Célio de Castro (não foi eleito pelo PT).

6 - 01/01/2001 - Eleito Célio de Castro ? Afastado por motivo de doença2001 a 11/2002 - Prefeito interino - Fernando Damata Pimentel (ex-vice)Afastamento definitivo de Célio de Castro: 11/2002Assumiu o vice-prefeito Fernando Pimentel até 31/12/2004

7 - Eleito em novembro de 2004 - Fernando Damata Pimentel

Caso haja algum erro, corrija-o, por favor.